O(S) DESGRAÇADO(S)!
A linguística destruiu a semântica, por assim dizer.
O reducionismo é uma desconstrução do
significado de uma cultura que perde sua ontologia essencial por ir,
progressivamente, sendo privada de sua complexidade.
Desse modo, o próprio conceito do que é real sofre
com essa prática de esvaziamento do verdadeiro.
A consideração apodítica daquele que nada sabe,
dá azo a tal prática. Não no sentido de se colocar no lugar de fala daquele que
aponta aquele que pergunta o que é a verdade, mas daquele que efetivamente
pergunta o que é a verdade.
Então, quem pergunta sobre a
verdade é porque nada estudou, nada meditou. Assim, demonstra um desconhecimento
absoluto sobre o objeto que pretende entender. Como temos aprendido com Mario
Ferreira dos Santos. Assim, o sentido ôntico da cultura já se mostra muito aquém de sua ontologia original.
A
propósito disso, muita verdade há naquela pilhéria de Guimarães Rosa, quando
menciona nada saber, mas desconfiar de muita coisa. Que se pode dizer da
desconfiança, em nossas paragens intelectuais, universitárias ou não.
A
racionalidade instrumental, que muitas vezes nos referíamos, ao dizer do
Direito; é uma constante que esvazia de significado a realidade jurídica. Espelho,
acreditamos, do que se vê, de forma mais abrangente, ao se mencionar, por exemplo:
homem unidimensional ou relativismo moral. Lembrando, agora, de Hebert Marcuse.
O
desgraçado que nos referíamos, a propósito daquilo, também nos incorpora a essa
desgraça. Apartado que somos da graça transcendental, que faz supor que a
felicidade é metafísica, e não tem parte com tudo o que se defende de
importante na realidade reduzida de nosso senso comum.
Nós
que somos técnicos da vida, cientificamente/juridicamente explicada, por assim
dizer, delimitada ao nosso objeto de estudo, cada vez mais tornamo-nos menos capazes
de alcançar a integridade intelectual que nos daria aptidão para perceber a ordem
de valores, capaz de nos infundir o sentido de uma síntese geral, que nos
explicava Richard Weaver (2016, passim).
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