A TEORIA DA VIA MAIS LONGA E TORTUOSA
Há uma teoria, entre
muitas outras. O pressuposto contextual localiza-se na (des)necessidade de
tomada de posição no mundo em que somos inseridos, e da angústia que aí se
insere.
Outro ponto. Coloca em
xeque aquela percepção de que existe uma premissa intrínseca de que todos devem
nos amar, por aquilo que somos, como criatura; não levando necessariamente,
como medida desse sentimento, nossas realizações, voltadas a nós mesmos e a todos
os outros que nos cercam.
Falando mais
diretamente. Assistindo o vídeo do Christian Dunker, sobre a chamada geração mi mi mi[1],
e por tudo o que tenho visto, por aí, nas redes sociais e existenciais;
alguns pontos de convergência afloram, ao confrontar minha vida, em suas
vitórias e derrotas.
Pois bem, eis a teoria
da via impositiva pelas decorrências conflituosas derivadas da
imprevisibilidade da vida real. Apesar do nome pomposo, é uma teoria de
botequim, dessas que afloram, após uma conversa franca, facilitada pela
desinibição que aflora após a relativa embriaguez.
Tal teoria tem uma
premissa: todos nós temos uma via de acesso à vida que pretendemos ter, mas tal
via é a tal ponto escamoteada pelas demais opções válidas e viáveis que se
apresentam, a todo o momento, em nossa caminhada de vida, que muitas vezes
tomamos o caminho errado. E a partir daí, o retorno ao estado anterior àquele
resultante da mutação deve ser necessariamente retomado, para que possamos,
como se possa dizer, cumprir nosso destino.
Note: a via direta ao
projeto de felicidade pretendido (quiçá geneticamente) é a mais acertada! No
entanto, por nossas limitações, podemos tomar a via mais longa, pensando ser a
mais curta.
E, ainda, como é quase
impossível acertar da primeira vez, além de podermos tomar a via mais longa,
muita vez, tomamos a via mais tortuosa.
Problemas de percepção.
Problema de vivência (refletida) a partir da premissa Socrática, Se viver se
aprende vivendo. Por que não se pode aprender vivendo (a vida dos outros) pela
leitura? Enfim, como diz, Guimarães Rosa, “pão ou pães, questão de opiniões”.
Mais ou menos isso.
Ao par disso tudo, frise-se:
trata-se, sobretudo, de uma teoria prática, baseada na nossa experiência
existencial. Assim, o empirismo fundamentador da teoria baseia-se na
experiência pessoal de nós todos. Apesar de sua premissa ser de uma professoral
dogmática, como a teoria do medalhão, de Machado de Assis (muito útil em tempo
de realidade virtual).
Como o parâmetro
daquilo que pretendemos ainda não existe, a elocubração de como será a via, em
seu calçamento e paisagens laterais, depende de nossa densidade imagética. Cada
um tem a estrada que puder, conforme a imaginação que tiver.
No entanto, quanto à
rota, como as coisas que possuem importância caracterizam-se como universais,
aí já se valendo de um conceito Hegeliano, o sentido dessa via é comum a nós.
Em aspectos gerais, aqueles que pretendem uma carreira específica ou um
determinado estilo de vida, sabem, em comum acordo, para que lado devem olhar.
Assim, voltado àquela
derradeira tarde de domingo, meu irmão vai me explicando que todos nós
começamos nossos percursos mais ou menos bem. Como se houvesse um jogo
eletrônico, em que as primeiras fases são facilmente superadas. Agora; qual
jogo estamos jogando, como disse (ele), depende de nós mesmos.
Fato é que existem
situações na vida que nos atropelam, por assim dizer. Outras, que não podemos
saber, de antemão, nos condicionam. Assim, padrões de conduta que introjetamos
em nosso (super)ego, na primeira (ou segunda) infância, como nossas raízes
familiares, e após, na (pré)adolescência, com nossas relações de amizade,
condicionam nossos comportamentos, alhures.
Acontece, como me
falava (meu irmão), que a lei do retorno é implacável. No sentido de que ao
tomarmos uma via errada, tudo o mais, em nossa vida segue um rumo desgraçado. A
tal ponto, que somos obrigados, sob pena de involuirmos à danação total, até
pelo sacrifício de nossa vida, no altar da comiseração, por nós mesmos erguido,
ter de retornar àquela encruzilhada.
É isso.
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