TANTO POR (QUERER) DIZER A(S) ELA(S): Little More Time





Há várias músicas que tratam do sentimento amoroso. Música pop. Músicas viscerais que expressam verdades tão profundas que marcam fundo a sensibilidade.
Sabe, quando Jorge Vercillo canta “que nada vai me fazer desistir do amor”. Como isso, hoje? Tem outra do Lulu Santos, que sempre me acompanha nessas viagens de alma...Coisas de outra época. Ainda quando havia quem se importava com essas questões mais sutis...sabe?
A noite evoca isso tudo. Uma música no carro. Uma música na pista. Sei não... Um pouco de álcool, a dar mais leveza à percepção de tudo. A presença feminina, que traz tudo o que é bom à tona.
Tudo que se faz presente no ambiente de uma música dessas, parece trazer aqui e agora a felicidade embalada para presente. Tantas sensações... Quantas lembranças! Aquela noite perfeita, com uma menina ao seu lado. Num desses momentos que valem por uma vida.
E isso tudo aqui e agora. Naquele canto de bar, canta minha alma. Enquanto tudo gira à volta de meu ser. Expressão tão densa de uma sensação atávica de amor. A little more... baby!
Só que não há mais ninguém, além de mim. Aqueles momentos evocados pela música já se foram há muito. Tanto por falar que não foi dito. Tanto que ficou suspenso em um silencio ausente, que a música preenche com suas melodias evocativas, alusivas a um sentimento amoroso idealizado. Mas, como desejo isso agora. Junto a mim, ela, de novo!
Afogar as lembranças em copo de qualquer líquido alcoolizado. O torpor libertador de esquecer o rosto dela, na sua ausência avassaladora. Na presença das músicas que insistiam em tocar nosso coração é pior. Mas, apesar de tudo, insisto. Como romper os pontos de um ferimento que quase cicatriza.
Só entre muitos, ou entre alguns, algum ou alguma outra. Que falta do que falar. Não se tem como e o que se falar. Essas belas mulheres vazias de sentido! Quando se pode tentar dizer algo, nada se tem, além de futilidades perdidas, em um pensamento desalinhado àquilo que poderia nos importar.
Todas elas são sombras dela. Que na ausência se faz muito mais presente que todas as que eu me aproximei ou se aproximaram, para logo depois, sumirem no meio de todos os outros e outras.
E esse grito contido no peito... Em silencio cruzo esse salão. De novo. Outras vezes, sozinho, naquela mesa. Quem fala em lágrimas. Fingir é tudo! Queria gritar. My God! I still fly high, but I will crash, just like that song...
A música, às vezes eleva, outras, quase nauseia! Muito pelo torpor de se tentar ser outro, para se poder esquecer de si. Como tentar deixar seu espírito longe de você por essa noite.

E, com fim da música, mais uma vez volto sozinho para minha cama, com tanto por (querer) dizer.




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