ISSO TUDO É AMOR ?
Antes e com tal zelo, que mesmo
em face do maior desvelo, preservar o amor que temos. Ter, no sentido de ter
consigo. Sempre os dois em só sentimento preciso.
Seguir juntos, passo
a passo. Nessa caminhada a dois. Sempre nesse traço. Por certo, deixa um certo
rastro, pista do caminho a seguir. Mas somente se tiver dado certo. Se não,
passar ao largo, para corrigir a trajetória. Pois tudo tem um tempo de
descalabro, que finda sem mais vicejar. Enfim, o amor que temos, pode se for
muito maltratado, transmudar-se em passado: ser agora, o amor que tivemos. E,
nunca mais existirá um porvir para nós. Somente uma história a ser contada, por
alguém que por ter amado, sente saudades do amor ausente, que morre lentamente
na memória. Mal maior de ter (des)amado.
Mas, a par da morte
do amor. O amor vive enlaçando muitos casais. Desse amor que resplandece, a
chama é viva. Acende os dias e aquece as noites. Nunca se está sozinho, quando
se ama. Se há tanto por dizer, tanto mais há para sentir. Muito do que as
palavras não alcançam. Muito mais que um só sentido, é sentido por aqueles que
amam. Como farfalhar de folhas, em um campo, no fim do inverno. Um sol
vermelho, por entre verdes árvores, no frio do começo de uma manhã
desocupada. O isolamento alheio, dos que se beijam, no meio de muitos, na rua
movimentada da cidade grande. O acolhimento dos murmúrios abafados do casal
apaixonado, sob uma lua branca devotada, como num quadro emoldurado por
estrelas atemporais, sob a tela negra de um céu de sonhos.
O amor é isso tudo.
Tudo por ser em si, o significado insignificado daquilo que é (im)ponderável.
Tão desejado, que escapa fácil, aos que não se desejam. Tão delicado, que se
trinca, pela falta de zelo. Tão ensimesmado que se cala, quando as palavras não
trazem toda a significação que se anseia.
Isso tudo é o amor?
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