COMO A CORUJA.
A sabedoria adquirida
reflete, sob um sentido filosófico, a experiência refletida ao longo de jornada
vivida.
A experiência do mundo e da
vida sob um crivo crítico.
Portanto, a sabedoria, em
primeira análise, exige uma peculiar atitude perante o mundo.
Quer se dizer desta
capacidade de absorção reflexiva da experiência mundana. No sentido de ser buscar
um sentido que transcenda o óbvio sentir das sensações vividas.
Trata-se do desafio de viver
além do obvio. De desenvolver o processo de convívio com atitude de espanto
perante o mundo que se nos apresenta na vida trivial.
Daí a metáfora da coruja,
que representa a atitude de vigília. Que enxerga além das sombras, voando acima
das brumas obvias do dia a dia do homem comum e superficial, que habita o
trivial. e a percepção fácil do mundo dos sentidos e sensações.
A coruja tudo vê em volta. Ela
se vale do pensamento imantado pela curiosidade intelectual, que transpassa o
que parece evidente e tedioso.
As alturas em que a coruja
plana, proporcionando-lhe visão privilegiada, dá-se pela imersão no profundo do
horizonte. Que para nós representa a cotidiana atividade de meditação e aprofundamento
intelectual, na leitura e estudos das obras doutrinárias e literárias que nos
importam e que tem importância na experiência humana.
O distanciamento que se vale
a coruja para poder ver o todo. Para nós representa a atitude ponderada e
silenciosa daquele que se distancia para poder enxergar melhor e pondera para
poder falar mais sabiamente. E de posse de todos os ângulos argumentativos,
poder, aí sim, posicionar-se adequadamente na luta discursiva que se
desencadeia na defesa da verdade.
A filosofia evoca uma atitude
reservada e reclusa. A exemplo da coruja, reservada nas trevas que povoam a
noite. Menos para uma percepção lúgubre e soturna, mais para uma postura
ponderada e santa, voltada para preservação da tradição e exaltação do sagrado
e sobretudo na resiliência na concentração no espiritual e no divino.
A coruja, em sua essência, inspira
admiração e respeito. A exemplo disso, a peculiar maneira de ser do filósofo,
que cultua o ethos de uma vida dedicada
à divindade, na fiel e constante orientação de suas virtudes, de forma a poder
adquirir a percepção adequada da verdade das coisas e a integridade que fundamenta
o direito e o dever de aconselhar e orientar,
para poder ter a graça de ser orientado e conduzido ao caminho de uma vida digna,
e repleta de entusiasmo.
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