O MEDO DE (DES)AMAR OU O CONTRAPONTO AO VÍDEO: “PORQUE OS CAFAJESTES DEVEM LER KANT!” ----FINALIZADO APÓS A REFLEXÃO ALCOÓLICA DA NOITE DE SÁBADO PARA DOMINGO
A falta de percepção
amorosa de nós todos, sempre foi um problema crucial.
No entanto, hoje o
absoluto ceticismo quanto as coisas do coração, faz transparecer um cinismo
amargurado a respeito da possibilidade de ser feliz em uma relação amorosa.
Ora, é fato que a
intuição amorosa é regida por emoções. A razão tem um campo de atuação já
limitado, nessas questões. Após o vislumbre da aparente falta de sentido, depois
de tudo, a razão pode transparecer em nossas percepções. Metaforicamente como
um soco bem dado na boca do estômago.
A reflexão sobre a
experiência de se ter amado, nessas (não)relações casuais, servem muito pouco para
a prática amorosa. A não ser para outra eventual relação, que poderá ocorrer
talvez de uma forma mais factível. Ou não. Porque a fragilização que se experimenta
após uma relação amorosa visceral é um abismo. A catarse amorosa é devastadora
ao ser. Aflora o medo de amar. Paroxismo total, enfim!
A carência de se sentir
só, entretanto, impele-nos a buscar outros caminhos. A construção de um projeto
de felicidade instantâneo. Uma noite de amor (uma vida de desilusões). Na
verdade, o oposto de qualquer significação humana do amor. Quase um ato sexual
animal, sem culpas ou vínculos. O que se chama hoje de “Química”.
Na melhor das hipóteses:
pura ingenuidade! Tentar achar a felicidade no epicentro sexual do corpo é dar
a dimensão de um orgasmo à significação amorosa de uma vida.
As consequências vêm
depois! Não se pode confundir Epicurismo com Sensualismo sem sofrimento! Tanto
desamor, nesse pano de fundo das relações carnais.
A ruptura com esse
modelo de sofrer amando, é uma certa continuidade nessa matriz de encantamentos
superficiais. O sexo a iluminar nosso caminho (mas aí é outra história.
Confundir sexo com amor é um problema crucial em nosso tempo de poucas
reflexões pertinentes).
O medo de amar faz-nos
amar sempre menos (por evidente!).
É mais fácil (e direto)
exibir nossos corpos (mesmo que na penumbra), que desnudar nossas almas (mesmo
que a meia luz)! Mas, quem usa, também é usado...
https://www.instagram.com/p/BqbraQbhBCr/
O desejo sexual é fogo
que consome nossas vísceras. Embota a razão! E mais, convulsiona a emoção! Mas,
aí está o ponto. Amar é só para corajosos! Sexo é para todo mundo!
Os níveis de
encantamento mútuo entre aqueles que se querem bem, pressupõe estágios de
proximidade. O que demanda tempo e esforço. Mas estar disposto a buscar tal
profundidade no outro, é o desafio. Ao menos, pelo sexo, sente-se algo. Um
orgasmo sempre é bem vindo em tempos de torpor!
Por fim,
inexoravelmente, a análise pragmática do fenômeno amoroso leva à
superficialidade artificial de uma relação instrumental. Corpos são
significados sexualmente, e as almas são esvaziadas de sentido. Há maior
desamor possível que isso?
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