SER(Á) MAMBEMBE




Aquela frase sempre lhe vinha a mente. Mas sempre se recusava a tê-la clara. Vinha em ondas, assim com a suavidade melódica do mar, em seu ir e vir contínuo.
Seguia, cedo, a esmo. Ruas e calçadas rebrilham em suas vistas, já gastas. O mundo é todo seu! Segue, sempre, cantando. Sozinho repleto de vozes, que teimavam em se expressar, melodiosamente, ao sabor das notas e músicas que sabia de cabeça. Desfile musical peripatético!
Não se sabe mais. O que só sabe, como Elis, é que amou. Com toda a força, mas o destino não quis. Cadê a flor? Morreu... de pranto. Seguia seguindo...e cantando.
Caetaneou muito. Precisava mais de Chico em sua vida. Acreditava, agora!
Era cedo aqui...fora. Lá dentro do seu ser, rebrilha a madrugada. Segue, ainda... mas como na música, com um sorriso a brincar em seu olhar.
Era o quadro, em (um) fim, que se tinha da resignação. Deixa entrar, em si, o sonho não sonhado, que tinha acordado. Peito vazio. Coisa de clown. Coisa de Cartola... sabe, assim, como a sentir a alma deserta. Será noite, ou verão?
Mas, apesar de tudo, a resolução inexata de seguir seguindo, como uma música que se toca para se poder continuar a cantar. Como la vie em rose solitária do devir.
Aperta o passo, ruma sem rumo... lembra da frase que lhe serv(irá) de Epitácio. Depois de tudo, poetas para quê? Filosofa sob o ponto de interrogação dessa frase plagiada: o que se leva da vida? É a vida que se leva!
Uma única certeza: não existe resposta fácil se a pergunta for profunda. Dançar enquanto há música.




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