O PEIXE NÃO VÊ (O PORQUÊ D)A ÁGUA!
A
Filosofia é uma ciência porque, em uma análise primeira, não se vale do
conhecimento vulgar, ou seja, não constrói seus conceitos a partir do senso
comum.
Tão
pouco, a Filosofia se constitui em um conjunto de perguntas (ideias) assistematizadas
e sem relação com a realidade.
Dentro
desse espírito, a Filosofia prega que são mais importantes as perguntas que as
respostas. No entanto, não são quaisquer perguntas. Sim, as perguntas que valem
a pena serem perguntadas. Assim, é necessário um embasamento teórico, de modo,
a que possamos bem examinar a realidade, e buscar interpreta-la em uma
profundidade maior, percebendo as inconsistências daquilo que antes nos parecia
óbvio.
Portanto,
para se poder filosofar, é necessário conhecer a tradição filosófica. É por
meio da tradição filosófica que as perguntas são sistematizadas a partir de um
critério de importância (pertinência).
Em
suma: pensar filosoficamente é pensar dentro da tradição filosófica. Assim,
para ser um filósofo, é necessário conhecer a tradição filosófica (FILOSOFIA).
Um
parêntese: é possível pensar o Direito fora da Filosofia?
Ser
filósofo é desenvolver o “estranhamento” do mundo. É colocar a vida entre
parênteses. Ser filósofo é desenvolver a obrigação de ser cético, como diz o
filósofo americano Thomas Sowell.
A
ideia da Filosofia e dos Filósofos, a partir do conceito criado por Pitágoras,
emana de uma concepção voltada ao homem mediano (medíocre), no sentido de que
não é nem sábio nem ignorante. Aquele “que é amigo da sabedoria” é por
definição um homem humilde (porque sabe que nada sabe).
O
Filósofo imbuído desse ceticismo (no sentido de duvidar de tudo), coloca-se à
distância, para melhor entender o que pretende ver (além do que é aparente). O
Filósofo é aquele que observa o jogo à distância, sem se envolver no jogo. Que
por tal distanciamento tem a visão integral de todo o campo de ação dos
jogadores (em campo). E que por estar de fora da partida, não se mostra
tendente a um resultado que favoreça a um time singular. Em outras palavras,
apartidário, o filósofo não toma partido de nenhumas das partes.
Comentários
Postar um comentário