Ser-me-á arrancada a face, mas irão me enxergar pela máscara da minha ironia.
Ser-me-á arrancada a face, mas
irão me enxergar pela máscara da minha ironia.
Inexoravelmente o dia irá chegar ao fim.
A noite virá precedida de sons noturnos.
Farfalhar de folhas irão lhe abrir
os caminhos.
Sons fúnebres de dores noturnas me
coroarão o âmago.
Mas restará a lua, quando o sol se
for.
Com certeza irei ter rugas em minha testa. O cabelo ficará ralo. A pele
leitosa.
Vou encurvar ao peso da idade.
As pernas e os braços balançarão quando eu me mover, cambiante, nos
deslocamentos mais cotidianos.
Mas restará o intangível quando o
corpo se for.
Certamente vou gritar de raiva pelas vicissitudes que virão nos anos do
porvir.
Bradarei barbaridades aos meus
netos.
Minha velha esposa irá me levar
aos cantos escuros de minha consciência.
Os sonhos poderão ser turvas
nesgas no roto pano de minhas lembranças.
Mas restará a memórias dos pássaros, quando me forem arrancadas as asas.
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