OUTRAS LEITURAS





As narrativas da cultura pop evidenciam a decadência moral profunda da sociedade atual. Nem sempre!
A cultura pop presta-se a funcionar como porta de entrada à alta cultura.
Muitas vezes é possível se ter tal impressão. Evidente, nesse sentido, que alguma densidade se espera de tal manifestação artística.
Portanto, ao se mergulhar no mundo dos comic books,  manifestação cultural classicamente pop; muito de relevante pode ser garimpado.
Ao se estimular a imagética, de modo a se buscar a mediação entre o abstrato e o concreto, a análise das temáticas tratadas nessas histórias em quadrinhos e gêneros correlatos, mostra-se imprescindível para se imiscuir em aspectos mais densos de temas que nos nutrem ao longo de nossa vida.
Para falar de justiça aristotélica, porque não se começar pela justiça dos quadrinhos, estereotipada e densa, de acordo com a abordagem de cada personagem que se quer evidenciar. Até porque a discussão nos quadrinhos é uma só: a luta do bem contra o mal.
A dualidade entre o Batman e o Joker, no aspecto de se precisar o aspecto motivacional do combate ao crime e as razões fundantes da personalidade voltada ao mal. 




Toda a discussão adstrita ao caminho do herói, remetendo-se à temática dos Samurais e Ronins, na ambiência cultural do Lobo Solitário, no Período Edo, do Japão Feudal.
O caráter cristão de Daredevil, com seus valores metafísicos sendo colocados à prova, a todo o momento, por sua insistência de influir em um mundo podre e de moralidade duvidosa. Sua solitária resistência em Hell's Kitchen, como advogado e vigilante, revelam a dualidade de um homem duplamente devotado á justiça.
O contraponto extremado de Rorscharch, em Watchmen, ao caráter piedoso dos heróis clássicos (excetuando o Punisher), que atua ceifando vidas criminosas, além de qualquer possibilidade de redenção, numa variação temporal paralela da década de 1980, de uma Terra sem futuro nenhum, com a profetizada (pelo Dr. Manhattan) explosão nuclear.
A correlação entre essas várias narrativas nos dá uma visão mais profunda de toda a cultura que nos circunda, de modo a nos dar fôlego para voos gnosiológicos mais sofisticados. Como estar preparado para a angustiante simbologia de Tolkien, ao acompanharmos Frodo e Sam pela estrada de Mordor.
Imergir nesse universo é estar preparado para se deparar com uma beleza inesperada, assim como, uma certa dose de vulgaridade prevista.
Eis a jornada, portanto, no sentido de se buscar uma maior revelação da verdade possível.
Ao se trilhar os caminhos do conhecimento, progressivamente, “para o alto e avante”, somente faz sentido, se nossos pés estiverem ficados em uma base firme, forjada, muitas vezes, pelas reflexões elucidativas e revigorantes, por sua evocação nostálgica, de tempos infantis e juvenis, arquetipicamente evidenciadas por essas outras leituras, que nem sempre devem ser negligenciadas.








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